blog em memória da gazetilha que "circulou na cidade de Cachoeira do Arari (ilha de Marajó, Estado do Pará) no biênio 1906 / 1907. Fôlha pequena, a 3 colunas. Redigido por Alfredo N. Pereira." (cf. Carlos Rocque, "Grande Enciclopédia da Amazônia"). O editor era meu avô paterno, usava tipográfica manual no Chalé celebrizado nos romances de Dalcídio Jurandir, notadamente "Chove nos campos de Cachoeira" e "Três casas e um rio".

quarta-feira, 7 de abril de 2010

contributo de Barcarena (Portugal)

neste blog prestamos modesta homenagem ao historiador e jornalista Fernando Silva [ver http://www.vozdetorcena.com/entrada.html ], amigo do Museu do Marajó (www.museudomarajo.com.br); grande batalhador em defesa da cultura luso-brasileira.


"PROFESSOR DE AVEIRO NA ROTA DE ANTÓNIO VIEIRA"

O professor da Universidade de Aveiro, Abreu Freire, está na marina de Ponta Delgada a contas com uma avaria no seu barco devido a uma tempestade, depois de ter percorrido os locais por onde passou o Padre António Vieira, entre Portugal e o Brasil, informou Paula Gouveia na sua crónica no jornal “A União” de Angra do Heroísmo.

Esta aventura, a que deu o nome de “Cruzeiro Histórico Identidade e Cidadania”, veio a propósito do quarto centenário do Padre António Vieira.

O grande orador fez catorze grandes viagens ao longo da sua vida e entre elas, sete travessias do Oceano Atlântico, passando pelos Açores três vezes.

Segundo a cronista, “a primeira foi uma viagem tempestuosa, feita durante o inverno, pois saiu de Salvador da Baía em Fevereiro para acompanhar o filho do então vice - Rei que ia declarar a sua obediência ao Rei D. João IV, tendo sido muito mal recebido em Portugal”.

A segunda passou pelos Açores, em 1654, tendo sido atacado por piratas holandeses, cujo navio naufragou na ilha Graciosa.

Deslocou-se depois para a Terceira e recolheu-se num convento de Jesuítas, hoje transformado no edifício dos Capitães - Generais, seguindo depois para São Miguel onde pregou na igreja do Colégio, o célebre “Sermão de Santa Teresa”.

A terceira vez que passou pelas ilhas açoreanas, vinha preso, “os colonos do Maranhão prenderam-no por causa das suas acções em prol da liberdade dos índios”.

António Vieira, foi para além de pregador, “um grande viajante e pioneiro”, pois ao entrar no Brasil palmilhou a pé e de canoa, mais de três mil quilómetros, acabando por ser “o primeiro homem a imaginar a globalização”.

Depois de ter atracado nos Açores, o professor vai partir em direcção a Lisboa quase um ano depois de se fazer ao mar, estando na sua mente a criação de um livro ilustrado sobre os passos dados pelo grande missionário e promover uma exposição com o mesmo objectivo.

A viagem do professor começou no ano passado, a 17 de Março e depois de uma tormentosa viagem, passando pelos locais por onde andou o Padre António Vieira, o veleiro, “CHIC”, nomenclatura recebida pelas iniciais do projecto “Cruzeiro Histórico Identidade e Cidadania”, iniciou o seu regresso a 30 de Outubro, com escala em diversas ilhas das Caraíbas, só que uma violenta tempestade tropical, fez “capotar a embarcação obrigando-o a parar nas Bermudas”.

Partiu depois para os Açores e agora está de regresso a Lisboa, para voltar a Aveiro onde terminará a sua arrojada e tormentosa viagem e dar cumprimento aos seus projectos.

Fernando Silva, Tercena, 13 de Fevereiro de 2008

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