neste blog prestamos modesta homenagem ao historiador e jornalista Fernando Silva [ver http://www.vozdetorcena.com/entrada.html ], amigo do Museu do Marajó (www.museudomarajo.com.br); grande batalhador em defesa da cultura luso-brasileira.
"PROFESSOR DE AVEIRO NA ROTA DE ANTÓNIO VIEIRA"
O professor da Universidade de Aveiro, Abreu Freire, está na marina de Ponta Delgada a contas com uma avaria no seu barco devido a uma tempestade, depois de ter percorrido os locais por onde passou o Padre António Vieira, entre Portugal e o Brasil, informou Paula Gouveia na sua crónica no jornal “A União” de Angra do Heroísmo.
Esta aventura, a que deu o nome de “Cruzeiro Histórico Identidade e Cidadania”, veio a propósito do quarto centenário do Padre António Vieira.
O grande orador fez catorze grandes viagens ao longo da sua vida e entre elas, sete travessias do Oceano Atlântico, passando pelos Açores três vezes.
Segundo a cronista, “a primeira foi uma viagem tempestuosa, feita durante o inverno, pois saiu de Salvador da Baía em Fevereiro para acompanhar o filho do então vice - Rei que ia declarar a sua obediência ao Rei D. João IV, tendo sido muito mal recebido em Portugal”.
A segunda passou pelos Açores, em 1654, tendo sido atacado por piratas holandeses, cujo navio naufragou na ilha Graciosa.
Deslocou-se depois para a Terceira e recolheu-se num convento de Jesuítas, hoje transformado no edifício dos Capitães - Generais, seguindo depois para São Miguel onde pregou na igreja do Colégio, o célebre “Sermão de Santa Teresa”.
A terceira vez que passou pelas ilhas açoreanas, vinha preso, “os colonos do Maranhão prenderam-no por causa das suas acções em prol da liberdade dos índios”.
António Vieira, foi para além de pregador, “um grande viajante e pioneiro”, pois ao entrar no Brasil palmilhou a pé e de canoa, mais de três mil quilómetros, acabando por ser “o primeiro homem a imaginar a globalização”.
Depois de ter atracado nos Açores, o professor vai partir em direcção a Lisboa quase um ano depois de se fazer ao mar, estando na sua mente a criação de um livro ilustrado sobre os passos dados pelo grande missionário e promover uma exposição com o mesmo objectivo.
A viagem do professor começou no ano passado, a 17 de Março e depois de uma tormentosa viagem, passando pelos locais por onde andou o Padre António Vieira, o veleiro, “CHIC”, nomenclatura recebida pelas iniciais do projecto “Cruzeiro Histórico Identidade e Cidadania”, iniciou o seu regresso a 30 de Outubro, com escala em diversas ilhas das Caraíbas, só que uma violenta tempestade tropical, fez “capotar a embarcação obrigando-o a parar nas Bermudas”.
Partiu depois para os Açores e agora está de regresso a Lisboa, para voltar a Aveiro onde terminará a sua arrojada e tormentosa viagem e dar cumprimento aos seus projectos.
Fernando Silva, Tercena, 13 de Fevereiro de 2008
blog em memória da gazetilha que "circulou na cidade de Cachoeira do Arari (ilha de Marajó, Estado do Pará) no biênio 1906 / 1907. Fôlha pequena, a 3 colunas. Redigido por Alfredo N. Pereira." (cf. Carlos Rocque, "Grande Enciclopédia da Amazônia"). O editor era meu avô paterno, usava tipográfica manual no Chalé celebrizado nos romances de Dalcídio Jurandir, notadamente "Chove nos campos de Cachoeira" e "Três casas e um rio".
quarta-feira, 7 de abril de 2010
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