blog em memória da gazetilha que "circulou na cidade de Cachoeira do Arari (ilha de Marajó, Estado do Pará) no biênio 1906 / 1907. Fôlha pequena, a 3 colunas. Redigido por Alfredo N. Pereira." (cf. Carlos Rocque, "Grande Enciclopédia da Amazônia"). O editor era meu avô paterno, usava tipográfica manual no Chalé celebrizado nos romances de Dalcídio Jurandir, notadamente "Chove nos campos de Cachoeira" e "Três casas e um rio".

domingo, 19 de setembro de 2010

acabem com o Tribunal de Contas!

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Sou cidadão brasileiro, Servidor Público concursado (aposentado por tempo de serviço em 14 de julho de 1998, por acaso no dia da Queda da Bastilha), aos 73 anos de idade junto com idosos, a meninada entre 16 e 18 anos de idade e os analfabetos não sou obrigado a votar nem a trabalhar pelo bem Público. Todavia, voto e não deixo de dar palpite ao poder público como qualquer cidadão na plenitude de seus direitos políticos.

Sabendo disto, um amigo me perguntou se eu sou ingênuo ou um grande "artista" da arte cênica (ou cínica) onde desfilam cobras e lagartos da fauna política. Honestamente, não sei dizer e não estou interessado no rótulo simplista. O que sei, com certeza, é que sou um fracasso em matéria de compra e venda de qualquer tipo de mercadoria. E que, em duas tentativas eleitorais (1961) e (1996), na minha querida vila de Ponta de Pedras, fiz papel voluntário de anti-cantidato.

Tal qual o melhor Ficha Limpa de democracia de primeiro mundo faria o mesmo, como podem adivinhar a minoria livre e consciente da pequena cidade da Ilha do Marajó deu-me a honra de sufragar meu nome, mas felizmente (sic), felizmente, repito; o total de votos foi insuficiente para a pretendida vaga de vice-prefeito, no primeiro caso e de vereador no último.

Com a larga experiência de mais de 40 anos de serviço público em todos níveis da federação, incliundo exterior; um caboco por mais ingênuo que seja acaba limando a credulidade própria de quem vive ilhado no fim do mundo. Por mais rude que a gente seja, cedo ou tarde, acaba aprendendo algo da comédia da arte e ciência política que fez Nicolau Maquiavel odiado e famoso.

Assim, quando depois de muita pajelança meia dúzia de cabocos motivaram a igreja regional a gritar socorro aos pobres das ilhas do Marajó, fomos nós convidados a ir ao Palácio dos Despachos dizer lá o que fazer para remediar o baixo IDH da população. O caboco que vos fala, fazendo jus ao dote de quixote, sentenciou severamente. Acabem com o Tribunal de Contas... Que grande piada!

E mais não foi dito nem perguntado. Como tantas outras vezes demos risadas, tomamos água gelada e sorvemos cafezinho... O tempo passou até a piracema de assinaturas em petição do projeto Ficha Limpa: gato escaldado tem medo de água fria. O caboco não fez romaria no tal movimento que parece arma de dois gumes. De todo modo, para não dizer que nós estamos de acordo com caixas 2, 3 ou 4; mensalinhos ou mensalãos, lobies de toda sorte, etc; digamos logo que estamos prontos a assinar qualquer petição propondo extinção dos atuais cabides de emprego para políticos em fim de carreira chamados "tribunais" de conta.

Aproveitando a maré da faxina pretendida pelo movimento FICHA LIMPA, também o Senado deveria ser extinto e absorvido pela Câmara dos Deputados, Nesta última os célebres "300 picaretas" de sempre, que sugam trabalho de assessores técnicos e de verdadeiros parlamentares; deviam ser obrigados a mostrar a cara e trabalhar contra ou a favor do governo. O País evoluiria do reizado temporário a um quase parlamentarismo, descolando a figura do presidente da República do mito de manda-chuva todo poderoso e responsável por todos humores da República.

Claro, para diminuir um pouco minha taxa de ingenuidade, termino aqui por sugerir concurso e posse de juízes bem preparados e togados em lugar de ministros leigos para assento no TCU. Ou seja, uma justiça de alçada administrativa. Ou, então, a doutrina de Stanislau Ponte Preta (Sergio Porto): implantemos a moralidade pública ou que nos lucupletemos todos!

Como sabem,no passado, algo começou tal qual o contemporâneo Ficha Limpa e a Cristandade terminou mal com o famigerado Tribunal da Inquisição do Santo Ofício.

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